09/06/2025
O 4.º Congresso Internacional Giacomini reuniu mais de 150 profissionais das áreas da Arquitetura, Engenharia, Construção e Climatização, no passado dia 6 de junho, no Auditório SONAE da Porto Business School, em Matosinhos (Porto). Sob o tema “Edifícios do Futuro”, a iniciativa colocou em análise soluções integradas e sustentáveis.
Este encontro afirmou-se como um importante espaço de partilha de conhecimento, experiências e visões, onde o objetivo foi “descodificar a tecnologia através da pedagogia”, como explicou Vasco Silva, Diretor-Geral da Giacomini Portugal.
A importância do Envelope Térmico foi uma das ideias centrais do evento. Investigadores europeus defenderam que este conceito representa o conjunto de componentes que asseguram o isolamento térmico e o conforto dos espaços (como paredes, telhados, janelas e pisos), estando relacionado com as características e com a qualidade da Construção. De acordo com Vasco Silva, Diretor-Geral da Giacomini Portugal, este é “um elemento crucial para o desempenho térmico global do edifício e para o cumprimento das metas de eficiência energética”. “A sua principal função consiste em controlar as trocas de calor entre o ambiente interior e exterior, minimizando as perdas térmicas durante o inverno e evitando ganhos de calor excessivos no verão”, esclareceu. O controlo de temperatura permite reduzir a “dependência de sistemas ativos de climatização” e, consequentemente, “o consumo de energia e as emissões de gases com efeito de estufa”.
Filipe Araújo, Vice-Presidente da Câmara Municipal do Porto, reforçou a necessidade de envolver as autarquias e os cidadãos na transição energética, lembrando que cerca de 50% das emissões de carbono, na cidade, estão associadas ao setor da Construção. A aposta na reabilitação e eficiência do parque habitacional público foi destacada como prioridade. Esta visão foi partilhada por Bento Aires, Presidente da Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN), que acredita que não se podem permitir “medidas avulsas” e os investimentos, mesmo quando apoiados por fundos públicos, devem seguir planos rigorosos.
Foi ainda abordada a utilização do Hidrogénio como fonte de energia limpa e apresentaram-se casos práticos de sucesso, como o InnovaHub District, no Benelux. Aliado à inteligência artificial, este elemento está a transformar a climatização dos edifícios e, como afirmou Wim Gijbels, Diretor de Engenharia da Giacomini Benelux, a contribuir para “a descarbonização”.
Os tetos e pavimentos radiantes foram apontados como soluções necessárias. O arquiteto Luís Rebelo de Andrade reforçou que o calor, que “tem de partir da terra”, deve “subir e envolver-nos”, numa lógica mais natural e saudável. Já Sérgio Espiñeira, Diretor Técnico da Giacomini Espanha, apresentou o teto radiante como “uma alternativa mais leve e industrializada, que funciona mais depressa”. Da mesma forma, sistemas com equilíbrio dinâmico e caldeiras a hidrogénio têm vindo a ser implementados, uma vez que são “as tecnologias do futuro”, como declarou Luís Ramos, do Departamento de Engenharia e Formação da Giacomini Portugal.
“O setor da Construção ainda não está preparado para responder a estes desafios”, mas este é o momento de agir, afirmou José de Matos, Secretário-Geral da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC), presente nesta iniciativa, que contou também com a análise da Diretiva Europeia sobre o Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), atualmente em revisão. Rui Fragoso, Diretor do Departamento de Edifícios e Eficiência de Recursos da ADENE – Agência para a Energia, indicou que se está a apostar na automação e controlo dos espaços construídos.
Perante esta “Green Transition”, torna-se importante “olhar para as emoções como uma informação”, de modo a existir uma melhoria no “processo de decisões”, como salientou Ana Rodrigues, Psicóloga e Professora Convidada da Universidade do Minho.
A quarta edição deste Congresso sobre os “Edifícios do Futuro” foi organizada pela filial portuguesa da Giacomini e pela empresa parceira Azulaico, representada por Óscar Magalhães, do Conselho de Administração, que considera importante que os profissionais estejam a par “das melhores práticas” e do que está a ser feito “noutros países”.
Assista AQUI aos melhores momentos deste congresso e AQUI à reportagem sobre o mesmo.